quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Em Florença, na Galeria dos Ofícios, Galileu sorriu


Verdade, embora não se fosse a tempo de captar tão significativo momento. Especula-se agora sobre os motivos do sorriso. Um sorriso misericordioso, diz-se.
Eu tenho uma versão: Galileu, com a ameaça da fogueira da Santa Inquisição, renegou as suas convicções, perante “um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo”, segundo Gedeão.
E agora sorriu, quando ouviu um ex-professor de finanças públicas, postura hirta, ali bem perto de si, confessar, pela primeira vez, o que era pressuposto saber há muito, e sabia, claro. Mas havia que primeiramente queimar alguém, pela omissão, pelo silêncio. Cobardemente.
Um arriscou a fogueira, outro ateou o fogo, procurando não sair chamuscado. Debalde!

1 comentário:

ana disse...

E a criatura tem feito pela vidinha com sucesso. À sombra de hipocrisias, cobardias e muito cinismo lá se foi orientando até chegar aos mais altos poleiros. Mas quem pode, em consciência, votar nesta coisa? Mistério...