Topem este pensador, franceses, profundamente angustiado com
o destino que vos aguarda. Mas não se limitem a topar: leiam e meditem nas suas
análises. E, vá lá, sigam mesmo as suas sugestões, implícitas ou explícitas. Verdade
que por aqui já não lhe ligamos, mas isso é uma afronta e, sabe-se, ninguém é
profeta na sua terra. Se vos aprouver, fiquem por aí com ele para que vos
ilumine. O que agora acaba de escrever num jornal que foi de referência até ele
o estoirar deve obrigar-vos a pensar duro, muito duro. Se não, reparem nisto:
“É muito deprimente verificar como um país como a França
parece incapaz de reconhecer os problemas”.
Mas não se preocupem com a depressão do JMF. Numa outra
crónica fiquei a saber que o senhor tem seguro de saúde e, além do mais, embora
dele seja crítico, pode também contar com o nosso SNS.
“Sarkozy foi mau Presidente, Hollande consegue ser um
candidato com ainda piores ideias”.
Não digam nada aos visados, para que eles não perguntem quem
é este nosso cromo. Digam apenas, se for necessário, que é um gaijo ali da
África Central ou coisa assim, num dia em que acordou mal disposto, a ressacar
de uma bebedeira.
“Perante a perspectiva de mais cinco anos de “frigideira”,
os franceses parecem dispostos a saltar para o fogo. Directamente. Pela mão de
Hollande, por estes dias transformado em esperança derradeira de uma esquerda
europeia à procura de rumo”.
Desta tirada é que convém dar conta exaustiva aos visados,
aos franceses. Que isso de frigideira, embora não seja a do Tarrafal, agora
desactivada, deve doer pra burro. E que raio: haverá necessidade de estoirar
com as reservas de azeite, das margarinas, do óleo fula?
E atenção: com a chamada “frigideira”, no Tarrafal havia
também a “Holandinha” (estão a topar: Hollande, “Holandinha”…), cela contígua à
cozinha, onde eram trancados os presos cujo castigo era não serem alimentados
mas sim torturados com o cheiro que lhes chegava da cozinha.
O que é que ele sugere como alternativa? Nada, que isso já
era pedir de mais a este pensador e analista que muito nos diverte, às sextas,
no Público.
Mas notem: o que para nós é uma diversão pode para vós vir a
ser um tormento. É que ele gosta de ter razão e tudo fará para isso, nem que
tenha que ajustar as suas análises à realidade que se apresente mais tarde. Ele
nunca perde o pé, como no caso da guerra, invasão, do Iraque, pelo seu ídolo
Bush. O que ele não fez para demonstrar, a torto e a direito, que a razão
estava com ele, a começar pela crença na existência nas tais armas que nunca
ninguém encontrou e que foram o pretexto para a invasão e para a guerra que
está a acabar (?) como a gente sabe.
E se ele topa aquela coincidência de Hollande, "Holandinha", não sei não...