domingo, 27 de maio de 2012

Toma lá sushi!


“Graças ao sushi, ficcionamos um país e um povo – na ilusão de que nesse contacto com a comida adquirimos a elegância e a delicadeza do Oriente.”
Mais
“Não deixa de ser curioso que, num país onde a presença e a história japonesa estão praticamente ausentes (ao contrário do que acontece no Japão, onde se ensina sobre alguns períodos da história de Portugal), o sushi esteja hoje tão presente na vida social dos portugueses.”
Mais ainda
“A sedução que o sushi provoca tem efeitos directos e outros colaterais. Pelo preço e pela raridade, é um artefacto exótico que serve os mecanismos de sedução: sexuais ou sociais. Tem efeitos colaterais quando surgem os equívocos de pensar que pode servir como dieta de emagrecimento ou que é um contacto com a comida natural. Este último é, de facto, uma qualidade intrínseca do sistema de signos japonês onde o sushi se insere, mas está indissociavelmente ligado a uma contenção na alimentação diária e a uma obsessão pela aquisição de produtos naturais. O sushi transporta consigo uma etiqueta desconhecida para a maioria dos comensais ocidentais e portugueses; naturalmente, decorre de um conjunto de regras sobre uma boa alimentação que está associada a uma vida sã que envolve não só o comensal como o sushiman, o cozinheiro ou, melhor dizendo, o cortador, confeccionador e decorador do prato.”
Excertos da crónica de António Pinto Ribeiro, PÚBLICO / Ípsilon de 25-05-2012
Nota: Não gosto do sushi, nem me esforço por isso. Prefiro sardinhas assadas.

1 comentário:

lino disse...

Já somos dois!
Abraço