O Celta é o comboio que faz Porto-Vigo sem parar, sempre a
andar. Melhor: é obrigado a parar porque circula em via única sendo, por isso,
obrigado a parar nalgumas estações, para dar passagem aos comboios que circulem em sentido
contrário. Só que não é permitido receber ou largar passageiros. E qual a
razão? Porque assim quis, contra a opinião e os interesses da CP, o então
ministro Álvaro Santos Pereira e, claro, o governo que integrava e que é o
mesmo que continua a tolerar a situação.
Agora, passados 9 meses, um comboio com capacidade para 230
pessoas circula com uma média de 26 passageiros por viagem, acumulando prejuízos
superiores aos de outras linhas que foram encerradas pelo mesmo governo com o
pretexto de não serem rentáveis. Mas, apesar disso, insiste-se em não permitir
que o comboio sirva localidades como Viana do Castelo, Darque, Caminha,
Valença, onde é obrigado a parar.
Contas feitas por defeito pelo jornal PÚBLICO – porque a CP
recusa divulgar os resultados – esta linha terá um défice mínimo de 1,2 milhões de
euros até agora.
Despesismo? Má gestão? Falta de jeito? Coisa nenhuma. Esta
canalha seria sempre incapaz de reconhecer tal.