terça-feira, 24 de dezembro de 2013

... e havia o "Comércio do Funchal"

Era cor-de-rosa mas apenas no papel em que se escreviam textos que, então, apenas no Comércio do Funchal era possível ler. Um jornal feito na ilha por malta dos vinte e menos anos e que no continente se divulgava de forma militante, particularmente nos meios universitários. Jornal que se assinava e lia como ato de oposição ao regime da altura, como se fazia com o Jornal do Fundão de António Paulouro e o República de Raul Rego. Apesar de a censura ser para todos, estes eram diferentes, ousavam ser diferentes, desafiando permanente os censores, seguidos até onde era possível pelo Diário de Lisboa.
Embora com outros mais colaboradores que fizeram história no jornalismo, Vicente Jorge Silva era a sua alma. E foi no Comércio do Funchal que, certamente, adquiriu o traquejo para mais tarde ser dos principais redatores do Expresso e o primeiro diretor do então jornal de referência que era o PÚBLICO, que depois veio a ser destruído pelo Zé Fernandes de triste memória e que agora é fiel colaborador do merceeiro do Pingo Doce.

1 comentário:

lino disse...

O Comércio do Funchal acabou nas mãos do grande educador da classe operária, Arnaldo Matos, um vómito cor-de-rosa na feliz expressão do grande Mário Castrim.
Um grande abraço de Boas Festas