Quem escreveu ou mandou que se escrevesse: “o acto de promulgação de um diploma legal não significa necessariamente a adesão do Presidente da República às opções políticas a ele subjacentes, nem implica o seu comprometimento institucional com todas as soluções normativas nele inscritas”?
Se respondeu Monsieur de La Palisse, quase acertou.
Mas deveria ter tido em atenção que M de La Palisse não foi presidente da república, nem ia de férias com um jipe carregado de diplomas para analisar e promulgar, ou não. Aliás, no tempo de La Palisse, a tropa – ele era militar – andava ainda a cavalo. E parece que nem escreveu coisa alguma.
Mas a La Palisse aconteceu coisa rara: um quarto de hora antes de morrer, ainda estava vivo. E isto, que nunca poderia ter sido afirmado por ele, é que lhe deu fama eterna, sob a forma de lapalissadas.
Outros levam eternidades a dar-se conta disso, de que La Palisse é único, dando origem a grandes confusões sempre que querem passar por meras cópias de quem a história já consagrou há muito.