segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Silly season…



Quem escreveu ou mandou que se escrevesse: “o acto de promulgação de um diploma legal não significa necessariamente a adesão do Presidente da República às opções políticas a ele subjacentes, nem implica o seu comprometimento institucional com todas as soluções normativas nele inscritas”?
Se respondeu Monsieur de La Palisse, quase acertou.
Mas deveria ter tido em atenção que M de La Palisse não foi presidente da república, nem ia de férias com um jipe carregado de diplomas para analisar e promulgar, ou não. Aliás, no tempo de La Palisse, a tropa – ele era militar – andava ainda a cavalo. E parece que nem escreveu coisa alguma.
Mas a La Palisse aconteceu coisa rara: um quarto de hora antes de morrer, ainda estava vivo. E isto, que nunca poderia ter sido afirmado por ele, é que lhe deu fama eterna, sob a forma de lapalissadas.
Outros levam eternidades a dar-se conta disso, de que La Palisse é único, dando origem a grandes confusões sempre que querem passar por meras cópias de quem a história já consagrou há muito.

domingo, 30 de agosto de 2009

"Não se atrevam, não se atrevam, não se atrevam..."


... insiste ali o Xico do Bloco de Esguelha. E confesso que me assusta mais que este leão fotogrado em Port Lligat, na casa do Dali.

Se podia viver sem o Dali?

Claro que sim. Mas a paisagem, sem este ovo, não seria a mesma coisa. Talvez nem a tivesse fotografado.

Universidade de verão...

Ele até viria, para ouvir Santana, Marcelo, a D Manuela. Mas quem lhe tomaria conta dos bichinhos?
E por lá se ficou, no Parque Guell...

Mayor? Então prova...

... pois é preciso dizer a verdade aos portugueses.

Saia o prato da crise!

Foto tirada ali por S Sebastião da Pedreira...

Iberdolizou-se? Mediacapitalizou-se?

Foi delfim de Cunhal e, mais tarde, cardeal e ministro de Guterres. Com desempenhos brilhantes, reconheça-se.
Depois, foi a aquela de que a ética republicana é a que decorre da lei, uma tirada destinada a confortar-se face à sua opção empresarial, altamente contestada para quem acabava de ser ministro e nas áreas em que o foi. E iberdolizou-se…
Em geral, publicamente, tem estado calado sem que nenhum mal venha ao mundo.
Mas decidiu falar, enveredando por uma de comentador. Escolhendo bem o calendário e o tema.
Para ele, ainda membro do PS, o programa do PSD é mais “focado e clarificador” do que o do seu partido. Para ele, na área da política económica o programa do PSD "é mais duro e focado" do que o do PS.
Ainda segundo ele – tido como responsável, segundo os partidos da oposição, particularmente o PSD, pelo desvario despesista da governação de Guterres – “há um limite que decorre da escassez de recursos disponíveis, que torna incomportável a continuação do crescimento da despesa pública”. Coisa que, note-se bem, afirma a propósito das despesas sociais do governo de Sócrates.
Por que raio se terá disponibilizado para esta sacanice? Que temerá, ou que espera que lhe ponham sobre a mesa? Um convite para nova deriva?
Que seja, também de modo clarificador.

Terra que salvou os magos...

Grande é um partido com concelhia, segundo o Público, em Salvaterra de Magos, como é o caso de CDS/PP.
Pequeno é um partido que, para apresentação de candidatos autárquicos a Salvaterra de Magos, se socorre de militantes oriundos e residentes em Famalicão e Porta de Lima, a umas centenas de quilómetros de distância, como também é o caso do CDS/PP. E, tudo o indica, sem conhecimento dos voluntários à força.
Em tempos – frequentador ocasional do parque de campismo de Escaroupim - ouvi a explicação de que o nome da vila se devia ao facto de outrora, nos tempos das perseguições da Santa Inquisição, aquele lugar ter salvado os magos, equiparados a bruxos ou coisas assim, e que ali se refugiaram.
E estava tudo muito bem até esta bela trapalhada, que nem os magos conseguem evitar.
Dará isto para um cartaz como os que vemos por aí? Por exemplo: “Acha bem que, para preencher listas, um partido se socorra das páginas amarelas?”

sábado, 29 de agosto de 2009

Após longo silêncio…

... fica a saber-se que a actuação do PR se pauta por critérios acima dos interesses político- partidários, que são por ele bem conhecidos os graves problemas do país e que em nada contribuirá para a instabilidade política.
Quanto à acusação feita anonimamente por um assessor de Belém sobre escutas ou vigilâncias por parte do Governo… ficamos pelas pautas, pela música, em forma de assobiadela para o lado.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Até que enfim ganhas uma, Mano Pedro!

Isaltava-se com as acusações, porque era homem de morais. Um modelo, do continente, proprietário em Cabo Verde porque, se recusasse o que lhe era oferecido, poderia dar azo a trapalhadas diplomáticas. Um autêntico pingo doce.
Mas foi condenado sem provas, garante. Aliás, ele adianta que ainda não foi, porque recorreu. Agora, as sentenças recorríveis, não valem como condenações. São meros interlúdios… musicais.
Sente-se vítima do sistema, das circunstâncias. Nada mais que um bode respiratório, ainda de cabeça à tona da água, temendo que lha calquem.
Desta vez parece que o Mano Pedro, seu bem conhecido, se esmerou. E, para já, são sete de prisão efectiva e perda de mandato. Com votos que o mandem para o lugar que bem merece. Mas nunca para o Parque dos Poetas.

sábado, 1 de agosto de 2009

Não havia nexexidade...

No mundo dos negócios, as partes costumam prevenir-se, na fase de negociações, com um acordo de confidencialidade, visando a protecção dos respectivos interesses. Na política, parece que também deve passar a ser assim. Pelo menos com certas pessoas. Menos confiáveis.
No caso em concreto, um interveniente quis apresentar serviço e o outro, aproveitando a ingenuidade daquele, fez questão de apresentar provas de fidelidade a um partido que o afastara de cargos no aparelho. E isso porque, antes, lhe fora ostensivamente infiel.
Estiveram bem um para o outro, com vantagens para um terceiro, um senhor de princípios que, apanhado agora no que se sabe terem serem excessos ao estilo do tal Diácono dos Remédios, prefere dar o caso por encerrado.
Princípios são isso mesmo: manter as acusações a quem nada tinha a ver com o caso. Manter a versão de que o convite também compreendia a oferta de lugares no aparelho do estado. E com um pormenor: insistir que nisto estiveram membros do governo, como se ignorasse que não é com tal capa que se intervém na formulação de convites para uma lista de deputados. Doutro modo, como se poderiam elaborar, no seu partido sem membros do governo, as listas de deputados? Diria o tal diácono que não havia nexexidade.
Já agora: com que valor acrescentado se contava a partir da colaboração de quem, certamente, melhor jus faz ao rótulo de esquerda caviar? Vá lá, sem a cara e os apelidos, que sobraria?
Não havia mesmo qualquer nexexidade.