segunda-feira, 11 de março de 2013

Falou a Dona Bonifácia...

… no seu habitual estilo, agora entrevistada por São José Almeida, no PÚBLICO de hoje. A “insuspeita” entrevistadora teria que embrulhar, na mesma pergunta à Dona Bonifácia, o Miguel Relvas e o ex-PM. O primeiro por ser quem é, o segundo por ter aceite o convite de uma farmacêutica para trabalhar. E que diz a propósito do segundo a Dona Bonifácia? Pois que a sua contratação permite estabelecer uma relação com o seu papel político, o que, acrescenta a Dona Bonifácia, diz muito da falta de brio e respeito por si próprio do ex-PM. Mas qual será a relação? Dona Bonifácia dispensa-nos de saber. A bicada está dada, é tudo. Explicar ou provar dá trabalho.
Claro que a Dona Bonifácia pode agora ser membro do conselho científico da fundação do merceeiro. Mas aqui nenhuma relação deve ser estabelecida, dada a assumida competência da pedante para quem a preocupação por cultura começa no limiar mínimo da “Guerra e Paz” de Tolstoi, “O Vermelho e o Negro” de Stendhal, o “D Quixote” de Cervantes e um trio de Schubert, a par da filosofia. Ser culto só daí para cima.
Na resposta à questão “Vivemos um fim de época histórica?” a Dona Bonifácia arranjou artes para meter o António Costa. Porque este terá afirmado, cito a Dona Bonifácia, que “nós gastámos na exata medida em que fomos estimulados para isso”. “Irresponsabilidade”, clama Dona Bonifácia, que certamente nunca se apercebeu da instigação ao consumo e ao endividamento por parte da banca, esta sim altamente responsável pela dívida privada bem mais pesada que a pública. E era a isto que Costa se referia.
Da extrema-esquerda a conservadora assumida, a D Bonifácia surpreende sempre. De forma superior.

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