quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A justiça do "consta-se que"



Numa decisão inédita para o PGR Pinto Monteiro, o Tribunal do Montijo mandou extrair certidão para que se reabrisse o processo Freeport, fazendo ouvir Sócrates.
A decisão é tida por inédita, porque Sócrates não era arguido no processo julgado pelo Tribunal do Montijo e, por outro lado, o processo Freeport, um dos mais longos da história judicial portuguesa, tinha sido arquivado, sem nenhum indício que sustentasse o envolvimento do ex-PM.
Para os juízes do Tribunal do Montijo foi suficiente que 3 testemunhas, no decurso do julgamento, afirmassem ter ouvido falar em recebimentos por parte de Sócrates, sem nada terem presenciado. Para o tribunal isto são “fortes indícios”, talvez porque aos juízes baste um mero boato, uma qualquer atoarda.
As suspeitas dos juízes, com aquela bacoca fundamentação, resultaram em nada. O DCIAP não reabrirá o caso Freeport. Mas os brilhantes togados do Tribunal do Montijo manter-se-ão em funções, sem que nada lhes aconteça. Talvez venham mesmo a ser premiados com um muito bom ou um excelente que é regra na avaliação do desempenho das nossas magistraturas, apesar do estado a que a Justiça chegou.


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