Manuel Queiró, militante do CDS, futuro Presidente da CP
Eu alimentava uma grande expectativa quanto a este lugar de Presidente da CP que, escreve-se nos jornais, é tida pela empresa pública mais difícil de gerir.
E vejamos quais os meus méritos, ou as minhas vantagens comparativas:
a) muitas viagens feitas, desde muito cedo, na linha da Beira Alta, primeiro no percurso Nelas – Figueira da Foz e, mais tarde, nos percurso Nelas-Lisboa (Santa Apolónia);
b) um período de cerca de 5 anos com viagens semanais na linha do Norte no percurso Lisboa (Santa Apolónia) – Porto (Campanhã ou S Bento);
c) umas boas dezenas de viagens na carruagem- cama entre Porto (Campanhã) e Lisboa (Santa Apolónia);
d) pelo menos uma viagem Porto (Campanhã) a Paris (Austerlitz); e) inúmeras deslocações nos suburbanos (linhas de Cascais e Sintra);
f) comensal habitual dos bares e carruagem-restaurante dos comboios utilizados, sem esquecer as estações;
g) largas dezenas de idas aos cais de embarque para receber ou despedir-me de familiares, amigos ou colegas;
h) inúmeros atravessamentos de passagens de nível com ou sem guarda;
i) um gosto enorme em montar e brincar com comboios elétricos ;
j) o meu Pai fez tropa no Batalhão dos Sapadores dos Caminhos de Ferro, em Campo de Ourique e Entroncamento;
l) participante ativo naquelas cenas de comboios que seguiam a almoços ou jantares festivos, com a malta a rodopiar entre mesas, cantando;
m) exímio assobiador da canção "Apita o comboio"...
E, além disso, ainda hoje consigo reproduzir a mensagem que se ouvia em Campanhã a seguir a um sinal sonoro : “Atenção… o comboio que acabou de entrar na linha número 4 é o rápido procedente de Lisboa e terminou a sua marcha; os senhores passageiros com destino a Porto (S. Bento) têm comboio na linha número 1 e os senhores passageiros com destino à estações… e Braga têm comboio na linha número 3.”
Mas de que me valeu este currículo face a outros bem melhores mas que não são dados a conhecer?