Aprecio Carlos Fiolhais como divulgador da ciência, particularmente a física. Mas o seu artigo no Público de 1 de Abril até parece… mentira.
A argumentação para desvalorizar o desastre de Fukushima é preocupante, chegando mesmo ao ponto de pegar na maior segurança na construção pós terramoto de Lisboa para concluir que, quanto às centrais nucleares, o assunto também se pode resolver por aí: mais segurança.
Dá já como adquirido, que a fuga não vai além de 10% da registada em Tchernobil, embora a fuga continue, sabe-se lá até quando e com que consequências.
Na ânsia de defender o nuclear como opção para a produção de energia, argumenta com a sua utilização – da física nuclear – na cura de doenças, como se fosse possível comparar os planos.
Nada quanto aos resíduos que ninguém sabe o que fazer com eles. Nada sobre as aldrabices dos relatórios da empresa exploradora da central sobre problemas anteriormente ali registados, como se isso não quisesse dizer não ser possível contar com investimentos vultosos na segurança quando eles põem em causa o lucro. Claro que assim é fácil concluir ser esta via a mais barata, na comparação com as energias renováveis. Mas a segurança das centrais e dos seus resíduos custaria quanto para, quanto aos riscos, termos uma situação equivalente às das energias renováveis, admitindo que isso seria possível?
Fukushima não é Tchernobil, como titula o artigo? E que importa isso, se ninguém quer uma ou outra coisa perto de si?
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