Nobre alicerçou a sua candidatura à Presidência da República na visibilidade proporcionada pela AMI e num discurso populista que, em plena crise, faz percurso fácil. Contra os partidos, contra os políticos, elegendo como bandeira uma entidade mítica e sem conteúdo que designava por cidadania, certamente o termo mais usado até ao final da campanha, o mais badalado no discurso do que considerou ser uma vitória da… cidadania.
E foi aquilo, a visibilidade e o discurso populista, que lhe permitiu o apoio em certos círculos, nomeadamente na sua página do facebook. E, naturalmente, quem o apoiava revia-se em tal discurso.
Nobre inchou com a votação, mas foi fazendo promessas de se manter no mesmo registo: nada com os partidos e, a voltar à cena mediática, seria para prosseguir com o seu projecto de cidadania, seja isso o que for.
Mas aguentou pouco, mesmo nada. E, quando se aguardava que em Maio anunciasse, como prometia, os passos seguintes, ei-lo que aceita ser candidato a deputado, com a promessa de igualmente poder ser presidente da AR, logo a segunda figura do Estado num sistema assente em partidos políticos contra os quais fez a sua campanha.
Sem estofo para aguentar as críticas, Nobre encerra a sua página no facebook porque, se era boa para recolher apoios, não poderia ser usada para que muitos, entre os quais os seus apoiantes de outrora, manifestassem a sua desilusão face ao que consideravam ser uma traição.
Por isso, quanto ao que Nobre tolera, estamos conversados: para elogiar e apoiar tudo bem, quando se trate de criticar ou expressar desapontamento, vale esta forma de censura: encerrar a página no facebook.
Politicamente Nobre é uma nulidade. Fica agora também esta medalha.
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