quarta-feira, 4 de julho de 2012

Alô, Lusófona... tenho uma cadeira


Exmo Senhor
Reitor da Universidade Lusófona
Há muito que tinha esta cadeira, uma herança de família, cuja consistência lhe permitiu que ainda hoje desempenhe, a contento de qualquer traseiro, as funções a que se destina.
Mas não sei o que fazer com ela, pois na herança apenas me coube uma cadeira da mobília repartida por uma dúzia de irmãos, pelo que ficou tresmalhada entre o recheio da minha habitação, ali ao canto, envergonhada.
Acabo, no entanto, de saber que uma cadeira, juntamente com uma experiência profissional a avaliar por V Exas, pode permitir obter, sem mais, um canudo da Universidade Lusófona, suponho que à minha escolha. Deste modo, de repente, percebo quão valiosa pode ser esta cadeira que deixo ao vosso cuidado.
Quanto ao percurso profissional declaro que o fiz por meu inteiro mérito, sem qualquer apoio partidário e sempre fora dos contextos em que a pedra de toque para o sucesso seja a cunha, ou a corrupção, ou o tráfico de influências. Em empresas privadas que depois vieram a ser públicas e em empresas privadas que assim permaneceram, uma carreira de mais de quarenta anos. Numa atividade em que cheguei ao topo de carreira.

Certo da garantia de um canudo, subscrevo-me com os meus cumprimentos.
A

2 comentários:

Francisco Clamote disse...

Excelente!

lino disse...

Sem apoio partidário não vais lá!
Abraço