sábado, 4 de junho de 2011

As ousadias do fininho da SIC-N



Tudo faz para ser original, colando-se ao seu guru Medina Carreira. Que também afirmava que o poder eleitoral do governo em funções assentava no facto de muita gente, muitos eleitores, dependerem desse mesmo governo. E Medina chegava mesmo a incluir nesse universo os pensionistas, como se o recebimento de uma pensão não fosse um direito financiado pelos próprios e empresas para quem trabalharam enquanto activos.

Por isso, este original fininho voltou ao mesmo argumento, numa tentativa espúria para explicar as intenções de voto no PS segundo as sondagens. Para ele, se não fossem os dependentes, nomeadamente os funcionários públicos, o PS não poderia aguentar tanto nas sondagens.

Ora a fininhos como este convém recordar:

- que o voto é secreto e o povo mantém-se, isto é, é o mesmo que já deu maiorias ao PS e agora, segundo as sondagens, privilegia o PSD;

- que os pensionistas e funcionários públicos são, de certeza, mais independentes que aqueles que trabalham para um patrão que tomou partido claro pelo PSD e que, neste momento, se defrontam com a imposição de rescisões contratuais e a ameaça de que ou vão a bem ou a mal, neste caso nos termos das alterações sugeridas para a futura revisão da legislação laboral.

Que o fininho se tente safar em tal contexto, percebe-se. Mas já é descarada ousadia que ponha em causa a inteligência de quem o ouve, não sei se como jornalista ou se como comentador.

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