quinta-feira, 23 de abril de 2009

Soluções à mão de semear…

Nas entradas ou saídas do metro, mãos anónimas, mas bondosas, estendem para nós os gratuitos do dia, umas iscas de papel. Recusá-los pode ser ofensivo. Além disso, lá se perderiam as notícias e, quem sabe, uma oportunidade de vida, uma solução para todos os males.
Desta vez coube-me a isca de papel do experiente Mestre Sila, “grande cientista espiritualista, descendente de uma antiga e rica família com conhecimentos de magia negra e branca.” E eu que habitualmente apenas ouvia referências à magia negra, quem sabe se por preconceito racial ou ouvido duro.
E, a negro ou a branco, cá temos remédios e soluções para o “amor, doenças físicas e espirituais, negócios, impotência sexual, justiça, inveja, maus-olhados, vícios de droga, tabaco e álcool, homens e mulheres fugitivos dos seus pares”.
Tudo com a garantia do maior sigilo e, cereja sobre o bolo, com pagamento só depois do resultado.
E então, nós queixinhas por tudo e por nada, deixamos escapar estas oportunidades?
Vamos lá! Já contávamos com o Professor Karamba, os Mestres Bambu e Mamude, tantos outros.
Bem vindo, Mestre Sila.


4 comentários:

Mário Pinto disse...

Quanto a mim, este Mestre Sila deixa muito a desejar.
Então não é que o dito “grande cientista espiritualista” precisa da electricidade para fazer sobressair as suas inenarráveis capacidades resolutivas e afins?
Eu estava convencido de que uma personagem como esta, que até tem conhecimentos de magia branca – imaginem! – fizesse brilhar a sua Bola de Cristal com o poder da sua poderosa mente. Mas não. Se ele não ligar a terrena ficha à não menos terrena tomada não haverá adivinhações do Além para ninguém. Se rima é porque é verdade.
Imaginemos que o Mestre está a meio de uma consulta sobre impotência sexual, por exemplo, e que falta a “luz”. Então, a Bola de Cristal ficará escura como breu e o nosso “descendente de uma antiga e rica família” ficará sem saber se o motivo da alegada disfunção sexual se deve ao facto de o impotente ficar “por baixo” ou ficar “por cima”.
Como estes mestres costumam ter ser “uma na manga”, vou acreditar que o seu adivinhativo artefacto também funcionará a pilhas, já que esta solução será particularmente útil quando chegar a hora do pagamento. Alguém acredita que, por muito clarividente que o mago seja, consegue distinguir uma nota de dez de uma nota de vinte euros, no escuro?

Reparei que, por entre nas muitas e valiosas valências do Mestre Sila, não consta a de conseguir determinar resultados futebolísticos, mas isso eu compreendo. É que essa “habilidade” é exclusiva de uns Senhores que costumam equipar de preto mas que são quase todos brancos e só tocam duas vezes na bola (que é de couro): Quando entram e quando saem do campo.

JorgeMp disse...

Acho que o comentarista anterior deveria ter feito uma declaração de interesses dado ter connections a uma eléctrica. Por outro lado, ao recusar a tecnologia nas bolas de cristal, certamente terá uma malapata com o Magalhães.
Acresce o facto de ser também daltónico. O Lucílio e o Bruno não equipavam de preto nem isso os impediu de fazer juz aos que equipam de preto.

Mário Pinto disse...

Ao comentarista Arriaga tenho a comunicar o seguinte:

- Salvo melhor opinião, eu só teria que fazer a referida declaração se eu tivesse tomado alguma iniciativa no sentido de induzir o muito elogiado Mestre a electrificar a sua Bola de Cristal, o que não aconteceu.
- Quanto à associação que faz entre as bolas de cristal e o Magalhães, direi que com ambos podemos ser enganados e a única dúvida que eu tenho é sobre a cor da magia, se é negra ou branca.
- Não me parece que possa ser acusado de ser daltónico, uma vez que eu escrevi “costumam” e não escrevi “sempre”.
Já quanto às suas conclusões sobre os méritos das citadas figuras não poderia estar mais de acordo

ana disse...

Que raio, se só se efectua o pagamento depois do resultado e este, em 99,9% dos casos e ainda assim com muito boa vontade será provavelmente 0, de que viverá a criatura?