“Os portugueses estão cansados da governação baseada em maiorias absolutas monopartidárias e, por isso, deram ao PS a mais pequena maioria relativa desde 1987.”
André Freire, Politólogo, Público de 05-10-09
André Freire, Politólogo, Público de 05-10-09
Estão cansados? Certamente que existe método para chegar a esta conclusão, embora não se diga qual.
Facto é que não sei em que encontro ou consulta, prévios às eleições, os portugueses decidiram que, desta vez, dariam apenas uma maioria relativa, combinando entre si como votar de modo a que se alcançasse tal objectivo e se evitasse uma maioria absoluta.
Para mim, quem votou PS ou PSD fê-lo desejando uma maioria absoluta para o seu partido ou, pelo menos, nada fez para evitar a maioria absoluta. A mim, por exemplo, ninguém me sugeriu que votasse neste ou naquele, de modo a que o resultado fosse uma maioria relativa. Votei por mim e, confesso, visando a vitória do partido em que votei e, se possível, uma maioria absoluta.
Fico assim sem saber como se podem fazer certas afirmações, mas isso de politólogo também deve ser actividade intelectual apenas ao alcance de alguns dotados.
Como não é o meu caso, a perda da maioria absoluta, na minha interpretação, deve-se fundamentalmente ao surto de reformas que incomodaram muitas corporações e, além disso, à exploração dos casos focados no candidato a PM, visando a sua descredibilização.
E isto desde há muito, não apenas durante a campanha eleitoral. Mas conclusões destas não estão ao alcance de certos politólogos, porque não exigem grandes elucubrações intelectuais.
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