(...)
"O macho latino é, na minha opinião, o nosso lince da Malcata: claro que ainda existem sinais da sua actuação, mas, no fundo, já não são o que eram.
Quem seria capaz de dizer, alto e em bom som, frases como as que Rabecaz proferiu em A Capital, de Eça de Queiroz? Conversando com Artur Corvelo numa taberna de Ovar, aquele perguntou-lhe qual a sua opinião "sobre o gado" - isto é, as mulheres - explicando-lhe que, no seu caso, o que mais apreciava no "femeaço" eram "as boas carnes".
Relembrando a vida de Lisboa, disse-lhe, com ar nostálgico: "Comi tudo, mas regalei-me". Nesse dia, o garanhão começou a morrer, mas foram precisas muitas décadas de luta, por parte das mulheres, para ser remetido para uma semi-clandestinidade. Quando agora sai de casa, prefere envergar uma "burka". O macho latino agoniza, mas ainda não morreu."
Maria Filomena Mónica, Expresso, 04-10-09
Quem seria capaz de dizer, alto e em bom som, frases como as que Rabecaz proferiu em A Capital, de Eça de Queiroz? Conversando com Artur Corvelo numa taberna de Ovar, aquele perguntou-lhe qual a sua opinião "sobre o gado" - isto é, as mulheres - explicando-lhe que, no seu caso, o que mais apreciava no "femeaço" eram "as boas carnes".
Relembrando a vida de Lisboa, disse-lhe, com ar nostálgico: "Comi tudo, mas regalei-me". Nesse dia, o garanhão começou a morrer, mas foram precisas muitas décadas de luta, por parte das mulheres, para ser remetido para uma semi-clandestinidade. Quando agora sai de casa, prefere envergar uma "burka". O macho latino agoniza, mas ainda não morreu."
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