segunda-feira, 23 de março de 2009

Por S Jorge que, de novo, ganhou a Santiago Mata-Mouros

Era beato há muito. E há muito se reclamava a canonização. Mas faltava um milagre, sem o que nada feito.
Mas o Vaticano acaba de validar um milagre, milagre segundo o qual D Guilhermina de Jesus obteve a cura de uma lesão ocular, depois de muito pedir ao Beato Nuno, sobretudo depois de tocar a vista com uma sua imagem.
D Guilhermina fritava quando um salpico lhe entrou para um olho. Seria irónico – como refere Carlos Fiolhais – que se tratasse de azeite Condestável. Mas, com azeite ou com óleo, a igreja portuguesa tem mais um santo, o que é de inteira justiça, com a inflação de santos que anda por aí, sem nada nos tocar, por falta de milagres dos nossos candidatos. Neste caso, parece que por culpa também dos espanhóis.
Já agora, e quanto à batalha de Aljubarrota, então não é que "Quando passava de Tomar a caminho de Aljubarrota, a 13 de Agosto de 1385, D. Nuno foi atraído a Cova da Iria, onde, na companhia dos seus cavaleiros, viu os cavalos do exército ajoelhar, no mesmo local onde, 532 anos mais tarde, durante as conhecidas Aparições Marianas, Deus operou o Milagre do Sol»?
Pois é o que relata D. Duarte de Bragança, o nosso candidato ao trono, em “D. Nuno de Santa Maria - O Santo”, ACD Editores, 2005.
Ora bolas! Não bastaria aquele ajoelhar dos cavalos a apontar, com uma antecipação de mais de 500 anos, para o milagre do sol?

5 comentários:

Anónimo disse...

maravilha a descrição,
maravilha D. Duarte, reizinho nosso....r+
abraço

Milu - miluzinha.com disse...

Que diabo! Deus Nosso Senhor deve ter morrido há imenso tempo! Quem de nós se lembra de ter alguma visto semelhantes assombros? Já viram bem o que é um exército de cavalos postos de joelhos? É uma coisa em grande! Para que faria isto Deus Nosso Senhor? Haveria de certeza maneiras bem mais belas e próximas da sensibilidade humana, para Ele se manifestar!

JorgeMp disse...

Pio, pio, pio. Via D. Duarte e as suas cavalgaduras.

Unknown disse...

Com a devida vénia,
retiro do livro "Quando a Igreja sorri"Uma Biografia do Cardeal José Saraiva Martins, de Andrea Tornielli(lançamento a 27Março2009):

(...)Merece especial consideração,pelo seu significado e importância,a canonização do Beato Nuno Álvares Pereira.
De facto,a heroicidade das suas virtudes foi examinada pelos consultores teólogos,com parecer positivo dado a 22 de Fevereiro de 2008,e bem assim pelo conjunto da Congregação para as Causas dos Santos(30 cardeais ,arcebispos e bispos),a 6 de Maio,igualmente com resultados positivos.
No que concerne ao milagre atribuido ao Beato Nuno(a recuperação instantanea,completa e duradoura da Sra.Guilhermina de Jesus,que tinha lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com óleo a ferver),tambem ele foi analisado a 3 de Abril de 2008 pelos médicos da Congregação,os quais consideraram a cura-pelo modo como se verificou-inexplicável à luz da ciência médica actual.Em seguida ,a mesma cura foi examinada a 20 de Maio pelos consultores teólogos,e a 17 de Junho pelos eminentissimos e excelentissimos membros do Dicastério,que,tanto uns como outros,julgaram favoravelmente o milagre.(...)

(...)Para facilitar o andamento das causas de beatificação e canonizaão lusófonas,o prefeito egitaniense introduziu o português como lingua oficial da Congregação para as causas dos Santos,a par do italiano,do francês,do inglês e do espanhol.O que permite apresentar à Santa Sé,na lingua de Camões,as causas provenientes dos países lusófonos.(...)


Um abraço

A. Moura Pinto disse...

Ó Jorge… eu vergo-me perante a argumentação. E quando entra nisto o Dicastério, nem sei que possa acrescentar.
De qq modo, a “heroicidade das virtudes” faz-me lembrar aquele pagode da batalha, com uns a clamar pela intervenção de S Jorge e outros de Santiago. Tratava-se de dar traulitada, de matar. E sob a bênção, aparente, de dois santos, um de cada lado. O que safa estes santos é que já o eram e não está feita a prova de que fizeram parte da contenda. Se não, bastaria que tivesse chegado uma dica ao Dicastério e lá lhes retiravam os títulos.
Um abraço