... e Nogueira promete não perseguir sindicalistas. Seria necessário?
Sindicalistas da Fenprof entre os primeiros a avançar com avaliação
AMADEU ARAÚJO
Educação.
Mário Nogueira critica atitude dos colegas e sugere demissãoEstruturas sindicais dizem que professores estão a ceder por medo
A revelação de que houve delegados sindicais a entregarem os seus objectivos individuais de avaliação está a criar mal-estar na Federação Nacional dos Professores (Fenprof). O secretário-geral da estrutura, Mário Nogueira, considera mesmo que quem o fez deve deixar essas funções.
Segundo apurou o DN, no distrito de Viseu alguns delegados sindicais foram mesmo os primeiros professores a entregar os objectivos de avaliação pedidos pelo Ministério. Um dos casos aconteceu numa escola do concelho de S. Pedro do Sul. O outro num estabelecimento do norte do distrito.
Uma questão de exemplo
Em declarações ao DN, Francisco Almeida, dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), reconheceu que a situação "é um mau exemplo", mas desvalorizou o seu significado: "Admito a existência de alguns casos o que num universo de 300 delegados sindicais não tem qualquer valor".
O dirigente esclareceu, por outro lado, que o sindicato sabe que muitos professores, por medo de represálias têm entregue os objectivos". E lembrou que os delegados "são escolhidos nas escolas" e "não estão vinculados hierarquicamente ao sindicato".
Mário Nogueira disse "não conhecer" os casos em concreto. Mas admitiu que "a confirmarem-se", essas atitudes são censuráveis: "Obviamente, não vamos perseguir ninguém, mas, minha opinião, um delegado ou dirigente sindical que tenha feito isso deve deixar as suas funções", considerou, acrescentando: "Não é apenas uma obrigação [de não entregarem os objectivos]. Estes professores estavam a mobilizar outros colegas, nas suas escolas, para se oporem a este modelo de avaliação. E, obviamente, que não entregou tem toda a razão para estar indignado".
O líder da Fenprof denunciou, no entanto, o que classificou de clima de "ameaças, chantagens e desinformação" para pressionar os professores a entregarem os objectivos, nomeadamente os contratados. E revelou que a federação vai em breve "para os tribunais" apoiar professores que pretendam expor essas situações.
Ainda assim, Mário Nogueira reafirmou que "dezenas de milhares" de professores vão rejeitar a entrega dos documentos, desvalorizando as estimativas ministeriais de que a maioria irá fazê-lo.
"Sempre soubemos que esta era uma luta difícil. Mas há muitas escolas onde a maioria não entregou objectivos. Se forem 40%, serão 60 mil professores, e o Governo terá um problema em mãos" lembrou, avisando: "O Ministério que se desengane se julga que os que entregaram apoiam esta avaliação. Muitos deles são os mais revoltados, porque foram intimidados". Com P.S.T.
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