Quem manda no Vaticano?

O bispo Richard Williamson tinha sido excomungado. Porque ordenado bispo pelo integrista Marcel Lefèbre, à revelia do Vaticano e do Papa.
Para os integristas a Igreja Católica, com o Concílio Vaticano II, capitulou perante o Iluminismo. Porque assumiu a liberdade religiosa, o diálogo com protestantes e a celebração da missa em línguas nacionais.
Mas este bispo tinha mais no seu cartório: a negação do Holocausto, feita pelo menos três vezes. Para ele, segundo declarações feitas à televisão pública sueca, não terá havido câmaras de gás e, judeus perecidos nos campos de concentração, não seriam mais que 200 a 300 mil, mas nem um só nas câmaras de gás.

Surpreendentemente, Bento XVI decide levantar a excomunhão, dando azo a um coro de protestos, dentro e fora da Igreja Católica. Nomeadamente o de Angela Merkel, alemã, protestante e mesmo filha de pastor luterano que exigiu explicações.
Bento XVI desconhecia a postura negacionista do bispo Williamson. E os seus conselheiros também. Não sabiam? Não viram? Maldito vento!
Agora, para não voltar atrás, quer obrigar o bispo a reconhecer o Holocausto nazi “sem equívoco e publicamente”. Sem reservas mentais, pergunto? Como?
Eu vou continuar aqui sentado, esperando.
Salvo erro, a Igreja Católica ainda recusa a um católico divorciado novo casamento pela Igreja. E mesmo a comunhão.
Mas que comparação pode haver, se um divórcio não consegue causar tantos danos à Igreja como os actos de Williamson?