quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Como se joga limpo - à Chávez - segundo o Público

Sócrates tem, segundo o Público, uma votação “à Coreia do Norte” e, parece, é culpa sua concorrer sem oposição, como culpado é pelos militantes do PS não terem dado oportunidade para que mais duas moções sejam discutidas no congresso.
E isto é triste, conclui o jornal de referência, num partido que “se diz democrático”. Porque, para o Público, tudo o indica que não o será.
E, assim sendo, seta para baixo.

É que o Público prefere, quem diria, Hugo Chávez. Este sim. Este é dos bons. Porque, escreve o Público, terá recorrido aos “meios do aparelho do Estado” e, por isso, “ganhou de forma limpa”. Assim, segundo o Público, um indivíduo no posto mais elevado do poder, usando esse mesmo poder num referendo com que pretende legitimar a manutenção prolongada no poder, joga limpo.
E, por isso, seta para cima.

Terá isto a ver com alguma campanha contra Sócrates?

Perguntem ao JMF. Ele sacará uma das tais teorias que tudo lhe permitem justificar. Começando por dizer que de modo algum existe, da sua parte e do Público, uma campanha contra Sócrates. Nós, os leitores, é que não sabemos ler.

Nota
Esta coluna costuma ter as iniciais de quem assume este "sobe e desce". Desta vez ninguém quis assumir a pouca vergonha. O que não deixa de ser significativo.

3 comentários:

Milu - miluzinha.com disse...

Este senhor do Público tem um jeitinho especial para ver as coisas conforme lhe convêm!

lino disse...

Ò Armando,que o ódio de estimação ao público não embote o discernimento. O Chaves tem a mesma legitimidade do Sócrates ou ainda maior, já que em 13 actos eleitorais a que se submeteu ganhou em 12 e empatou no outro. E quanto aos meios, li hoje que estudos apontam para 71% das mensagens mediáticas a favor do "não" contra 29% a favor do "sim". Se isto é manipulação, vou ali e já venho.
Abraço,

A. Moura Pinto disse...

Lino
Parece-me que interpretaste a correr.

Não é Chávez e a sua vitória que estão em causa, mas sim os critérios do Público, com a agravante de, quanto a Chávez, se escrever, no Público, que terá recorrido aos meios do aparelho do estado. Não sei se sim ou se não mas, quando ao Público, isso permite-lhe a afirmação de que ganhou de forma limpa.

O que está em itálico do post, como poderás reparar, são palavras do Público.

Já quanto a Sócrates, este é culpado por não ter aparecido opositor – já agora: há um que de vez em quando invoca o mais de um milhão de votos -, é ainda culpado por as outras moções não terem os votos suficientes para irem a congresso, enfim, uma vitória, à Coreia do Norte, como se escreve.

Nem quero imaginar o que, de Sócrates, diria o Público, se pudesse imputar-lhe o mesmo que imputa a Chávez.Mas repara: é o Público que faz a imputação, não eu.