sábado, 7 de fevereiro de 2009

O farol, o estado, os coelhos e as notas de 100€ que não se reproduzem

Estávamos no século XX.
No então ISCEF, já depois de ter feito a cadeira de Finanças Públicas, surge um grupo de sábios com doutoramentos feitos nos States. E tudo passou a ser diferente.
Como explicar, segundo tais sábios, a origem do estado? De modo simples, desde que a malta se revisse numa ficção. Mais ou menos nos termos seguintes:
Havia em tempos uma ilha cuja população vivia, sobretudo, da pesca. Mas, para a eficácia e segurança de tal actividade, haveria que construir um farol, o que apenas com o contributo de todos seria possível. Mas - hipótese daqueles sábios - admitamos que nem todos concordariam em dar o seu contributo para a construção do farol. Neste contexto, alguém deveria obrigar a que todos, sem excepção, contribuíssem para a construção do farol. E assim é que, segundo tais sábios, nasce a necessidade de criar uma entidade adequada: o estado.
Quem por lá andou recordará as consequências desta particular maneira de explicar a origem e natureza do estado: contestação feroz, cadeira boicotada, passagens administrativas.
O ISCEF era, então, uma das escolas mais politizadas quando a política era coisa proibida.

Hoje, no século XXI, temos isto:
"Alguém já viu o capital a produzir? Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, se for um casal de coelhos. Mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte? O capital nada faz. Agora é tempo de devolverem a quem deu a sua vida ao trabalho", defendeu Louçã no discurso de abertura da VI Convenção do BE.
E Louçã, no entanto, é um académico de mérito. Mas não se ficou por aí. Pena!

1 comentário:

oscar carvalho disse...

É lamentável ver pessoas inteligentes não terem um mínimo sentido da realidade.
Manuel Alegre deveria deixar-se de hesitações e aderir ao Bloco, a poesia anda por ali.