quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Pregando verticalidade

Não é fácil conhecer as competências desta senhoria em matéria de educação porque, nas suas crónicas semanais no Público, pouco lhe sobra para ir mais além que não seja ficar-se pela ministra – seu odiozinho de estimação – pelo modelo de avaliação – para ele uma monstruosidade – e outros faits divers cuja única exigência é permitirem-lhe estar do contra. Tem todo o direito a isso.
Santana Castilho, de sua graça, também terá escrito cartas abertas ao PM mas, como em geral acontece com aquilo que é para todos, ninguém lhe respondeu: o PM ou alguém por si.
Mas é um valente que assina na qualidade de Professor do Ensino Superior, porque exerce, enquanto licenciado em educação física, num Instituto Politécnico.
Da crónica de hoje, e para explicar porque faz jus a uma valentia digna de destaque, retiro isto:
A dialéctica dos presidentes dos conselhos executivos que se reuniram em Santarém é, neste quadro e no mínimo, curiosa. Disseram eles que a solução do problema (suspensão do modelo de avaliação do desempenho) estava agora na mão dos professores, que não deveriam entregar os objectivos individuais. Eles, presidentes, estavam por lei obrigados a afixar prazos para essa entrega e tinham de os cumprir. Não consigo perceber esta lógica. Então uns, os índios, devem desafiar os normativos e arriscar-se a não os cumprir. E outros, os chefes, nem sequer equacionam dizer "não" ao feiticeiro? E tendo admitido a hipótese de se demitirem em bloco, logo concluíram que não senhor, que isso seria servir o poder? Prefiro chefes que dêem o exemplo. E penso que a demissão dos cargos de execução de políticas com que não se concorda é um belo exemplo de várias iniciativas verticais, que já teriam conduzido muitos à horizontalidade dos defuntos.”
É verdade que este valente não dá exemplos pessoais e que poderiam servir de referência aos presidentes dos conselhos executivos das escolas. Isto é: não informa quando é que, perante uma lei de que discorda ou algo da mesma natureza, optou pela demissão do que quer que fosse.
Mas quem sabe se não é um felizardo que nunca teve de se defrontar com situação daquela tipo. Ou porque sempre concordou com tudo, ou porque nunca nada lhe desagradou. O que fará dele um homem feliz, embora, pela cara, o não pareça. Mas há caras que enganam. Por vezes, muito.
Mas isto de estar de fora e pedir que o peito a oferecer às balas seja o dos outros...

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