quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Bento de nome, tanoeiro de profissão

Fica num prédio térreo e muito degradado a oficina do Sr Bento, ali em Loures, na estrada nacional que corta a cidade.

Actividade duramente atingida pelo inox e o plástico, sem que nunca estas referências apareçam nos rótulos das garrafas. Segundo estes, o vinho continua a estagiar em pipas de carvalho. No entanto, o tanoeiro Bento aguenta o local, mas ocupando-se mais com uma cadela que decidiu asilar-se na sua modesta oficina que com a profissão que abraçou desde sempre.

Ferramentas e mais ferramentas de uma actividade exercida com muita pancada, à força de braços e umas poucas pipas de alguma excepcional encomenda ou, então, resultado da inércia de quem se habituou a não estar quedo.

Uma actividade em extinção, porque há muito parada no tempo. Com a reforma – já aparenta idade para isso – desaparecerá a oficina do Sr Bento tanoeiro.

Perguntei-lhe se a autarquia já se terá interessado por aquele espólio, se terá demonstrado interesse em preservar a memória de uma tão milenar actividade.

Que não. Esperemos que um dia não se pergunte qual é a árvore que dá ou dava pipas.
fotos amp

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