sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Que sabemos nós uns sobre os outros?

Gostei de, recentemente, ter ouvido esta senhora numa sessão na Almedina, a propósito da leitura – ou de como ler – o Alcorão.
E vale a pena dar conta do modo sereno com que comenta as “incendiárias” afirmações do Cardeal de Lisboa. Afirmações que muitos ousariam fazer, de forma convicta. Mas D Policarpo é cardeal, sujeito a uma incompreensível censura que se pretende associar ao cargo que exerce. Maldito seja o politicamente correcto.

“Há alguma razoabilidade no que disse D José Policarpo. Há problemas graves de violação dos direitos da mulher muçulmana, fundamentalmente em leituras parciais do Alcorão. É verdade que “ninguém despende nem sequer uma hora das suas vidas para aprender mais sobre o islão, e que é preciso saber o que “pensam estas comunidades para que as possamos conhecer e respeitar”. Infelizmente, a celeuma fez-se em redor do que correu menos bem no estilo irreverente que até aprecio neste cardeal. Mas não acredito que ele tenha querido ofender. Também no catolicismo há muito a dizer sobre o papel da mulher na Igreja ou sobre a legitimidade do poder patriarcal. Quanto sabemos nós uns sobre os outros e o que fazemos para saber mais? Conhecer os muçulmanos não passa só por ler o Alcorão, mas por conviver com eles e escutá-los. A violência doméstica não é exclusiva das religiões, nem será um facto isolado entre os muçulmanos – em Portugal as estatísticas falam por si. É muito perigoso fazer uma leitura monolítica sobre 1,2 mil milhões de muçulmanos com práticas, tradições e leituras de fé diferenciadas.”
Faranaz Keshavjee, Membro da comunidade ismaelita
in Público de 15-01-09

2 comentários:

Anónimo disse...

De acordo sempre com o bom senso

que nem sempre
sr. Cardeal e igreja demonstram

hoje vão dizer missas
a cause do casamento dos homosexuais...

noutro tempo
as missas eram outras
e eu não consigo esquece-las...

daí o peso que dou palavras de cardeais, bispos, inquisidores...

a propos,
aqui lembrei-me de Nuno melo, CDS
no parlamento
interrogando caso BPN...

há uns anos falava-se na nova pide

eu acho que muita gente
tem-a ainda hoje

no caracter polido desta democracia ...

abraço
e aproveito dar aparabens seu blog

A. Moura Pinto disse...

Obrigado, Aires
Um abraço